sexta-feira, 27 de maio de 2011

ACREDITE SE QUISER por Norma Figueredo

Acredite se quiser

Existem histórias que de tanto serem repetidas viram lendas.

E, como diz o ditado:

- Quem conta um conto, aumenta um ponto.

Nunca se sabe onde termina a verdade e onde começa a fantasia...A história que relatarei tem quase a idade do mundo.
Quem me contou garante que realmente aconteceu!

E teve por cenário uma localidade perdida nos confins do mundo.

Era uma cidade habitada por gente simples, que além de trabalhar, não tinha outra opção de vida...A não ser um baile, vez que outra, para quebrar a monotonia.

Era sábado, a noite chegara como uma promessa.

O salão estava repleto.

Os pares entrelaçados rodopiavam ao som de antigas modinhas.

Todos dançavam e somente Angélica, moça bonita, no verdor de seus poucos anos, permanecia sentada, pensativa num canto do salão.

A noite ia alta e o baile animado.

Quando adentrou no salão um forasteiro lindo, como ninguém havia visto antes, seguiu na direção da jovem e convidou-a para dançar.

Entrelaçados, rodopiavam como dois alucinados, ao som de uma melodia que era só deles!

O relógio marcava quase meia noite quando se ouviu um forte estrondo.

E uma cratera abriu-se no meio do salão, labaredas de fogo, um forte cheiro de enxofre infestou o ambiente.

Só então a jovem se deu conta e olhou os pés do forasteiro:

- Eram dois cascos, rachados!

Ao ver-se desmascarado, o diabo vociferou, rangeu os dentes soltou fogo pelas ventas...

Pois já tinha como favas contadas, a alma da donzela!


Norma Figueredo

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